O mais conhecido navegador brasileiro é lembrado internacionalmente pela minúcia de seus planejamentos e pelo ineditismo de seus feitos no mar – alguns em solitário. Em terra, Amyr Klink já passou de 2500 palestras ministradas em pelo menos dez países diferentes, estreou 2 documentários e vendeu mais de meio milhão de livros em uma dezena de títulos. Dois são leitura obrigatória e vão além das suas excelentes reflexões, mas também publicou livros fotográficos e sobre planejamento e gestão.
Em “Paratii, entre dois pólos” (Cia das Letras) Amyr Klink navega entre os extremos do mundo durante quase dois anos, contundo, durante um ano inteiro planejadamente retido pela neve na Península Antártica. E para ser auto suficiente e sobreviver a tanto tempo no deserto gelado, a única coisa que não há é tédio. Além da manutenção da embarcação e da geração de energia e água, a convivência com a fauna e a exploração do entorno rendem boas histórias e ambientam uma calculada luta pela sobrevivência.
Para ficar sem fôlego o recomendado é “Mar Sem Fim” (Cia das Letras) onde um Amyr Klink, agora pai, traz reflexões mais profundas e coloca a prova todo seu preparo mental em uma emocionante volta ao mundo solitária, nas águas da Convergência Antártica – fronteira dos Oceanos Atlântico e Pacífico com as águas geladas da Antártica. Em quase três meses sem tocar terra sobraram tempestades e ondas de 20 metros, principalmente durante a tormenta que a poucas milhas de sua rota causou o abandono de 60 veleiros e vitimou 6 participantes da prestigiada Regata Sidney to Hobart
Com um estilo de vida tentador para quem gosta do mundo outdoor é inevitável surgirem perguntas relativas ao cotidiano, e muitas estão respondidas aqui, em “Linha D’Agua” (Cia das Letras), permeadas pelo relato de um de seus desafios mais quistos; projetar e construir o veleiro Parati 2, “leve como uma canoa, forte como um rebocador”. Um Amyr Klink apaixonado pelo que faz dá espaço para fatos biográficas e memórias afetivas marcantes das relações com seus lugares, homens e barcos preferidos.
Seu primeiro livro – que converteu-se em best-seller – é capaz de tocar a qualquer leitor, não só aventureiros de plantão. Em sua primeira grande expedição Amyr Klink não veleja. Em “Cem dias entre o céu e o mar” (Cia das Letras) ele atravessa o Atlântico, da África ao Brasil, remando! Com a simplicidade e honestidade que lhe são peculiares, os emocionantes relatos de capotagens, encontro com baleias e natação entre os tubarões no meio do oceano, se misturam às mais humanas emoções de um projetista, navegador e expedicionário ainda em formação, que se equilibra entre o meticuloso planejamento e o inusitado improviso.